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Abusos de crianças causam abandono maciço da Igreja

O escândalo de abusos de crianças está a levar centenas de fiéis católicos alemães a dar baixa da tributação voluntária do imposto destinado ao financiamento das comunidades religiosas.

Números que foram divulgados este fim-de-semana pelo jornal Frankfurter Rundschau mostram que a situação é muito dramática no Sul da Alemanha, sobretudo no estado da Baviera.

Na diocese de Bamberg, onde havia duas a três centenas de desistências por mês, foram registadas 1400 no mês passado. Na de Würzburg o aumento foi de 400 para um total de 1200.

Em Ratisbona, onde houve casos de maus tratos num coro dirigido pelo irmão do Papa Bento XVI, Georg Ratzinger, o número de baixas multiplicou-se por cinco. Em Augsburgo, onde pediu a demissão o bispo Walter Mixa, o número de fiéis que desistiram desde o início do ano é de 4300.

A Alemanha é um dos países que têm o chamado imposto da Igreja, ou seja, um empregado pode pedir ao patrão para destinar uma certa percentagem do seu rendimento à comunidade religiosa a que pertence. 8% a 9% são as taxas mais praticadas.

Trata-se de um mecanismo já previsto na Constituição da República de Weimar em 1919, que foi adoptado três décadas depois pela actual lei fundamental alemã.

No caso português o que existe é a possibilidade contemplada na Lei da Liberdade Religiosa de destinar uma quota de até 0,5% do imposto sobre o rendimento a uma igreja ou comunidade religiosa radicada em território nacional.

Esta tendência na Alemanha vem juntar-se a uma iniciativa que está a ser promovida através da Internet na Irlanda, um dos países com mais casos de abusos físicos e sexuais contra menores de idade por parte de religiosos católicos.

www.countmeout.ie recebeu até finais do mês de Janeiro mais de seis mil formulários preenchidos por pessoas que pretendem abandonar a Igreja, com todas as consequências que isso implica. Exclusão de cerimónias religiosas, como casamentos ou funerais, são apenas alguns exemplos.

Mediante o escândalo, o Papa Bento XVI tudo tem feito para limpar a imagem da sua Igreja, desde aconselhar os padres a quebrar o silêncio e a denunciar os abusos às autoridades judiciais civis a aceitar a demissão de bispos que admitiram ter estado eles próprios na origem desses abusos.

No discurso que ontem fez na Praça de São Pedro, em Roma, Joseph Ratzinger elogiou uma associação de luta contra a pedofilia que foi criada por um padre siciliano há 14 anos. "Envio os meus votos à Associação Meter, que se dedica à luta contra a violência, a exploração e a indiferença", disse, citado pela AFP.

No mesmo dia, o polémico cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, afirmou, em entrevista ao La Vanguardia, que "não há relação directa entre o celibato e a conduta desviante apresentada por alguns padres. É precisamente a violação do celibato que gera a degradação progressiva da vida de padre".

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