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“Vou morrer livre”

Quando amanheceu, os pretores enviaram oficiais de justiça, com a seguinte ordem: Põe aqueles homens em liberdade. Atos 16:35


O Pastor Humberto Noble Alexander foi um moderno herói da fé. Nasceu em Cuba, em 1934, e se tivesse vivido sua religião em silêncio, nada lhe teria acontecido. Mas o jovem pregador insistia em levar pessoas a Jesus, e por isso foi considerado um contrarrevolucionário.

Um dia, os policiais foram à sua casa e lhe disseram cortesmente:

– Você se importaria de nos acompanhar até à delegacia? Não vamos demorar nem cinco minutos.

Mas aqueles cinco minutos se tornaram 22 anos de sofrimentos indescritíveis. Ele foi acusado de tramar a morte de Fidel Castro e sentenciado à prisão de Isle de Pines, um dos mais desumanos e brutais sistemas penitenciários do mundo, criado para quebrar o moral dos seus 6.000 prisioneiros e aumentar a produtividade da ilha através do uso de mão-de-obra escrava.

Durante 42 dias ele foi torturado. Então o deixaram sem comer por seis semanas, exigindo que abandonasse sua fé em Cristo. E quando Alexander se recusou a trabalhar no sábado, ele e seus irmãos adventistas foram colocados dentro de uma fossa cheia de esgoto. Por quatro sábados seguidos eles louvaram a Deus, cantando hinos, com esgoto até o queixo. Finalmente os guardas os deixaram guardar o sábado em paz.

De algum modo, Noble Alexander conseguiu uma Bíblia e começou a realizar cultos. Todas as noites os prisioneiros – católicos, batistas, pentecostais e adventistas se reuniam, cantavam e oravam juntos, unidos por sua fé em Cristo. Apesar dos sofrimentos e mortes, em quatro anos, a pequena “igreja” cresceu até atingir 200 frequentadores. Em seu livro I Will Die Free (Vou Morrer Livre), Noble Alexander escreve que todas as noites os guardas vinham até onde eles estavam, selecionavam alguns prisioneiros e os levavam para fora, onde eram fuzilados.

Noble Alexander conseguiu sobreviver. Em 1984 Jesse Jackson, candidato a presidente dos Estados Unidos, negociou sua libertação e deportação para os Estados Unidos, onde viveu e morreu em liberdade, em 2002.

A liberdade é um bem precioso que só é devidamente apreciado quando se perde. Desfrutemos a liberdade que temos para conduzir pessoas a Jesus, o qual “nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor” (Cl 1:13).

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