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Europeus deixam a igreja católica após escândalos

Dez mil fiéis europeus abandonaram a igreja católica em 2010 em virtude dos escândalos sobre abusos sexuais
No ano passado, 23 mil holandeses se desligaram do catolicismo. Na Alemanha, 123 mil pessoas deixaram a igreja e 80 mil fizeram o mesmo na Áustria.

Na Holanda, principalmente pessoas entre 20 e 40 anos deixaram a igreja. Em comparação com 2009, o desligamento da igreja católica aumentou em um quarto no país. As cifras foram divulgadas pelo Kaski, um centro de pesquisas sobre religião e sociedade da Universidade Radboud, de Nijmegen. Kaski acredita que mais fieis abandonaram a igreja já que nem todas as paróquias transmitiram os dados à pesquisa.

As pessoas abandonam a igreja principalmente devido aos casos de abuso sexual. Mas essa não é a única razão, segundo Jean-Pierre Wils, catedrático em teologia na Holanda: “Alguém que nunca havia pensado em abandonar a igreja não iria fazê-lo somente por causa desse tipo de tendência. Quem já tinha a ideia de sair da igreja estava apenas aguardando um motivo para quebrar os laços com a igreja.”

Fortalecido

Para Jean-Pierre Wils a gota d’água foi há dois anos, quando a igreja decidiu dar a indulgência à Fraternidade Sacerdotal São Pio X. “Eu não quero mais ser membro de uma organização que admite esse tipo de extremistas”, disse ele. Os escândalos de abusos sexuais fortaleceram sua decisão.

Wils nasceu na Bélgica, trabalha na Holanda e mora na Alemanha e conhece de perto a situação nos três países. Na Holanda, a diminuição no número de participantes já aconteceu a mais tempo, mas na Alemanha e na Bélgica isso está acontecendo agora. “Na Alemanha as pessoas param para pensar na sua afiliação porque precisam pagar o dízimo. Na Bélgica isso também está acontecendo."

A situação na Bélgica pode ser acompanhada pela internet. Há diversos fóruns nos quais os belgas dão conselhos sobre como se desbatizar ou se desligar do catolicismo.

Em um desses fóruns, lê-se a opinião de John Kessel, um holandês que mora na Bélgica. Por muitos anos ele foi abusado sexualmente por um frei do monastério São Luís, na vila holandesa de Oudenbosch. Ele decidiu escrever sua história, deixar a igreja e por um ponto final no seu triste passado. Mas as regras da igreja o impediu:

“A diocese de Breda me explicou o que eu precisava fazer para poder me desligar da igreja. Mas você não pode dar baixa. Você recebe uma anotação no seu registro. A mensagem é que você tem que pensar no seu próximo e no seu ser cristão e esquecer os ‘bonecos com mitra’”.

Relativizando os números

John Kessel não se preocupa mais com o desligamento oficial. Ele se distanciou da igreja, mas continua acreditando em Deus. A história dele mostra que os números da igreja católica são relativos.
Em 2009 havia 4,2 milhões de católicos registrados na Holanda. A baixa de 23 mil fiéis não tem consequências financeiras para a instituição. Já na Alemanha isso é um problema, já que há uma diminuição no valor recebido através do dízimo.

Na Holanda, o governo financia a manutenção de monumentos e o desenvolvimento de projetos sociais, sem estar ligado ao número de fieis.

Conservadorismo

O êxodo dos fieis holandeses, belgas e alemães, mas também suíços e austríacos não deve gerar grandes mudanças na igreja católica, acredita o teólogo Jean-Pierre Wils: “Todos os apelos, como por exemplo, o de acabar com o celibato, são ignorados brutalmente pela igreja católica. Eu penso que todo mundo que pensa que essa instituição pode se tornar liberal vive em uma grande ilusão. Não tem como mudar essa instituição."

Fonte: [Radio Nederland, Folha Gospel]

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